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Apostar no poder das conversas nas diferentes organizações
Este artigo é um entrevistado da série Gestão com Envolvimento, que nos dá a oportunidade de conhecermos líderes que acreditam no diálogo e no engajamento para alcançar os melhores resultados.

Protagonistas em suas áreas de atuação, estes homens e mulheres lidam com diversas pressões internas e externas, mas ainda assim optam pela abordagem colaborativa para lidar com seus desafios.

Gestor de RH obstinado pelo desenvolvimento humano, Thiago Veras surpreende pelo nível de transparência, profundidade de suas indagações e mergulhos no autoconhecimento. Sejam nas interações profissionais, nos cursos nada superficiais, nas maratonas de 42 km (que completou 4 vezes) ou nas piscinas “com a cabeça dentro da água olhando pra baixo”, sua lupa busca por oportunidades de desenvolvimento para si e para seus interlocutores a todo momento.

Ele é o segundo entrevistado da série Gestão com Envolvimento, que nos dá a oportunidade de conhecermos líderes que acreditam no diálogo e no engajamento para alcançar os melhores resultados. Protagonistas em suas áreas de atuação, estas mulheres e homens lidam com diversas pressões internas e externas, mas ainda assim optam pela abordagem colaborativa para lidar com seus desafios.

Nessa entrevista, Thiago conta um pouco de sua trajetória, seu estilo de gestão e o que faz com que ele escolha o poder das conversas para transformar realidades, em diferentes culturas organizacionais.

Conte um pouco sobre quem é a Thiago Veras e com quem ele se relaciona?

Sou um bicho inquieto, que valoriza o autoconhecimento e se faz muitas perguntas. Me tornei gestor de RH em grande parte por influência do Marcelo Cardoso, depois de ter passado pelo programa de trainees da Natura de 2010, uma edição que foi muito especial, um projeto pessoal mesmo, que selecionava talentos baseando-se, acima de qualquer outro critério, em valores. Seis meses de seleção para escolha de pessoas com perfil da Natura. Ao final, os 35 selecionados tinham uma essência muito parecida. E o programa em si era muito baseado no autoconhecimento. Esse programa foi tão importante para mim em tantos níveis que, um ano depois, decidi sair do armário. Dos tempos de Natura, mantenho grandes amigos, os “Desnaturados”, que continuam trocando experiências e se ajudando mutuamente, mesmo estando espalhados pelo mundo e por diversas organizações.

E como é para uma pessoa com o seu perfil atuar numa organização como a Empiricus / Acta Holding?

A Empiricus é empresa mais famosa da holding e que tem como objetivo de ajudar as pessoas a investir melhor. A Empiricus depende do sucesso de suas recomendações. As pessoas reconhecem em seu marketing uma dose de sensacionalismo, o que é bom para atrair quem compra seu conteúdo. Mas são os clientes satisfeitos recomendando para mais pessoas o conteúdo que a empresa fornece que realmente sustentam a organização. E os conteúdos da Empiricus são produzidos com muito rigor técnico.

Eu costumo dizer que assim como pessoas tem seus níveis de consciência, as organizações também têm. Aqui eu sou convidado a acessar o meu lado mais pragmático.
Nas relações com a minha equipe opto por ser o cara que vai gerar o pensamento crítico, procurando não expressar a minha arrogância e contando com as interações para me ajudarem nesse aspecto do meu autodesenvolvimento. E digo isso para eles. Acredito que abrir sua vulnerabilidade para seu time faz com que eles abram também as suas e daí a gente pode atuar. Tenho consciência de que quando tem luz, a sombra está lá na mesma proporção. Não fico mais tão apaixonado pela minha própria luz.

Conversas significativas, geradoras de desenvolvimento. 🙂 Falando em desenvolvimento: como você se informa, que tipos de cursos te atraem, como você faz para ficar mais sabido?

Depois da Graduação em Relações Públicas na Escola de Comunicação e Artes da USP, fiz pós em Sociopsicologia na FESP – meu TCC foi em Holocracia – e em 2017 iniciei na formação da Newfield, a Arte do Coaching Profissional (ACP), e logo depois segui para a outra formação deles, a Arte do Coaching Organizacional. Muito poderosa a navegação em si próprio para então oferecer a outros. Posteriormente fiz um curso de mediação no Eco Social.

Me informo lendo jornal e site de notícias, mas também nas redes sociais. Gosto muito do twitter, que é mais anárquico, ninguém controla, não tem filtro, não é pasteurizado. No twitter a gente consegue ter contato com a diversidade. Também acompanho o Instagram e o Linkedin. E consulto as pessoas! Minha rede me mantém informado quando existe algo interessante acontecendo.

Por exemplo, li um artigo interessante na Harvard Business Review: “Descubra o porquê das mulheres não aplicarem para suas posições”. Ele me fez refletir sobre coisas que nunca tinha pensado: a quem servem as áreas de descompressão com sinuca, pebolim e videogame?

O que te faz apostar no poder das conversas?

O poder das conversas se apresentou pra mim por inteiro mais recentemente, em 2018, durante a pós graduação do ACP. No contexto mais coletivo, a cocriação e o diálogo demandam mais musculatura emocional. Essa coisa de “me empreste os seus olhos” é um processo às vezes cansativo, demanda energia. É preciso ter disponibilidade e abertura para conversar. Mas quando você percebe o nível de engajamento dos colaboradores, desde a decisão mais simples até um grande projeto, percebe que vale a pena. Olho pra mim mesmo: quando para meu chefe minha opinião importa, eu fico feliz, certo? Então quero ser assim. Sempre entreguei tudo o que precisava entregar, com um estilo diferente.

Quais foram, na sua opinião, os grandes sucessos da sua carreira?

Acho que um grande sucesso foi o processo de gestão de desempenho que fiz na época em que trabalhava na Netshoes. Partiu de várias manifestações do coletivo, por meio de um World Cafe. Um processo poderoso, de alta aderência. Aqui na Empiricus também faço, em menor escala, consultando um, outro… O nível de aderência é fenomenal.

Muito mais do que construir uma bolha participativa em um ambiente de comando e controle, gestão colaborativa é agir para reverberar a participação e a escuta dentro da empresa como um todo. Todas as minhas experiências profissionais mais positivas tiveram a colaboração como marca.

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